Ao explorarmos nosso eu interior, surge a relevância do estudo das competências socioemocionais, uma vez que compreender e gerenciar as emoções é uma aprendizagem essencial, especialmente diante de situações desafiadoras, como conflitos no ambiente familiar, escolar ou comunitário.
As competências socioemocionais são habilidades que utilizamos diariamente em diferentes contextos da vida, fazendo parte de nosso processo de aprendizagem para conhecer, conviver, trabalhar e ser. Elas são parte integrante de nossa formação e desenvolvimento, podendo ser aprendidas, praticadas e ensinadas. Manifestam-se em nosso modo de pensar, sentir e comportar-nos nas relações conosco mesmos, com os outros e com o ambiente. Influenciam nossa capacidade de estabelecer objetivos, tomar decisões e enfrentar situações novas e desafiadoras. Podemos observá-las em nossos padrões de ação e reação diante de estímulos pessoais, sociais e ambientais.
As competências socioemocionais são agrupadas em cinco macro competências: autogestão, engajamento com os outros, amabilidade, resiliência emocional e abertura ao novo. Cada uma dessas macro competências é subdividida em campos, totalizando 17 competências socioemocionais mapeadas no ser humano.
Ao reconhecer e desenvolver cada uma dessas competências, podemos aprimorar nosso equilíbrio emocional e nossa capacidade de lidar com diferentes situações, sejam elas positivas ou negativas. Isso amplia nossas chances de alcançar sucesso em nossos propósitos e objetivos. Por exemplo, em algum momento de sua vida, você já pode ter sentido a frustração de desistir de algo ou a alegria de persistir para realizar um grande sonho ou objetivo. Certamente, durante esse percurso repleto de desafios e possibilidades, foi necessário ter determinação, planejamento, organização, disciplina, empenho, foco, autoconsciência, consciência sistêmica, auto e corresponsabilidade. Caso não tenha desistido, você conseguiu superar obstáculos e alcançar suas metas.
Uma das macro competências mapeadas é a autogestão, que envolve a capacidade de construirmos nosso próprio caminho por meio de escolhas, objetivos, aprendizados e organização pessoal ou profissional para alcançar os resultados desejados. Essa competência é influenciada pela qualidade de nossa determinação, organização, foco, persistência e responsabilidade.
No entanto, nossos planos geralmente envolvem a participação de outras pessoas, o que nos leva a refletir sobre a macro competência “Engajamento com os Outros”. Ela está conectada à iniciativa social, assertividade e entusiasmo. Essa macro competência e suas subdivisões nos levam a desenvolver um senso de coletividade e cooperação, fundamentais para construir relacionamentos, envolvimento, interação e intercâmbio de saberes e experiências.
Outra macro competência é a Amabilidade, que inclui empatia, respeito e confiança. Ser amável significa agir com delicadeza, cultivar a empatia e estabelecer boas relações com as diferentes experiências de vida. Isso nos mantém atentos às oportunidades de evolução pessoal, social, profissional, econômica e (eco)sistêmica. A amabilidade abrange atitudes como simpatia, generosidade, compaixão e altruísmo.
Você já vivenciou uma situação em que recebeu um sorriso, um carinho ou um presente inesperado e se sentiu preenchido? Ou em um momento em que precisava de algo para facilitar seu caminho e alguém lhe proporcionou isso? Atos de amabilidade, tanto aqueles que partem de nós como os que recebemos, trazem um bem incomum e irradiam pelos ambientes em que estamos. Quanto mais cultivamos a amabilidade, mais ela floresce como um jardim.
No entanto, quando enfrentamos situações desafiadoras e inesperadas, somos testados, e é importante estarmos preparados com a Resiliência Emocional. Essa é a quarta macro competência, que engloba tolerância ao estresse, autoconfiança e tolerância à frustração. Ser resiliente significa ter a capacidade de se adaptar e evoluir diante de circunstâncias difíceis.
Ao desenvolvermos a consciência de nossas capacidades, valores e limites, fortalecemos a autoconfiança. Isso nos ajuda a lidar com estresse e frustração, permitindo que encaremos as situações com calma e tranquilidade, buscando enxergar as oportunidades que elas nos trazem e confiando em nossa capacidade de superar os desafios.
Podemos considerar a resiliência como uma forma de autocuidado que nos convida a administrar nossas emoções, controlar nossos impulsos e permanecer abertos para aprender e aproveitar as oportunidades de transformação em nosso caminho.
Para isso, é necessário cultivar a Abertura ao Novo, nossa quinta e última macro competência mapeada. Isso ocorre por meio da curiosidade em aprender, da imaginação criativa e do interesse artístico. Se acreditarmos que já atingimos o fim do aprendizado ou que não temos mais nada a aprender, podemos nos tornar complacentes e estagnados. Mantermo-nos abertos ao novo é um ato consciente que nos permite adquirir novos conhecimentos, resultando em transformações internas que, por sua vez, se refletem em nossa capacidade de contribuir sistemicamente com nossa comunidade, cidade, país, continente e com o planeta do qual somos parte.
Ao fortalecermos as competências socioemocionais, podemos reconhecer o bem-estar que isso nos proporciona. Conseguimos expressar-nos com transparência, autenticidade e maturidade, valorizando as pequenas riquezas e belezas da vida. Além disso, adquirimos recursos internos para nos engajarmos de maneira mais ativa e colaborativa como cidadãos, qualificando nossas possibilidades de contribuir para o processo de regeneração do planeta. Afinal, quando estamos bem, expandimos nossa capacidade de fazer o bem.
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